Início do movimento imigratório antes dos Primeiros Colonos
Em fins de novembro (dia 28) Dr. Armênio comunica à Inspetoria Geral que somente naquela data havia recebido o telegrama avisando-o para que se preparasse par receber as primeiras 90 famílias, para serem instaladas no núcleo colonial.
Se basearmos nas declarações do Sr. Carlos Preda, cidadão italiano que há muitos anos vivia em São João del Rei, veremos que o fluxo imigratório para a região já havia se iniciado em fins de outubro, como anteriormente mencionamos. Cita que esses primeiros imigrantes foram trazidos por fazendeiros de Bom Sucesso para o trabalho na lavoura.
No início de novembro (dia 7), por incumbência do Dr. Diogo de Vasconcelos, então Inspetor Geral da Imigração na Província, chegam com o Capitão Felicíssimo Pinto Monteiro mais 150 imigrantes. Ficaram alojados no Hotel Boa Vista, em frente à Estação da Estrada de Ferro Oeste de Minas. Dali, no terceiro dia, foram deslocados para o trabalho em fazendas de Bom Sucesso e Oliveira.
Logo depois, no dia 22 de novembro, nova leva de imigrantes é trazida pelo mesmo Capitão, de 112 imigrantes. Também ficaram hospedados no Hotel Boa Vista e dali foram deslocados para as fazendas em Bom Sucesso, Oliveira e Lavras. Desses nem todos saíram do Hotel, por falta de procura por parte dos fazendeiros ou por doenças nas crianças (principalmente sarampo).
Nesta data o Coronel Severiano de Rezende havia sido nomeado, pelo Dr. Diogo de Vasconcelos, para ser o Diretor da Hospedaria Provincial de São João del Rei. Para isto ele havia alugado, em 15 de novembro, no Largo do Carmo, o mais vasto prédio que possuía a cidade. Além de vasto, arejado e limpo, tinha boas acomodações e facilmente alojaria 250 imigrantes. Anteriormente conhecido como Solar da Baronesa logo passou a ser chamado de Hospedaria.
Para Juiz de Fora seguiu então o Sr. Carlos Preda, nomeado Intérprete e Auxiliar na Hospedaria, para receber instruções precisas, voltando, no dia 28 de novembro, com 63 imigrantes venetos e ferrarenses. Quase todos foram colocados imediatamente nas fazendas, não permanecendo na Hospedaria mais do que dois a três dias. Somente uma família, por motivo de doença, ficou nove dias. Isto porque, em resposta às circulares expedidas pelo Coronel Severiano de Rezende para os fazendeiros, estes não tardaram em buscar os imigrantes, celebrando com eles, à vista do Diretor e do Intérprete, o contrato de trabalho redigido em português e italiano. Desses imigrantes poucos deixaram mais tarde as fazendas e os que assim fizeram dedicaram-se a atividades independentes.
Vemos, portanto, que tais fatos ocorreram à margem daqueles ligados diretamente à instalação do núcleo colonial. Não obstante, segundo as informações constantes do documento anteriormente citado, inúmeras dificuldades começaram a surgir para a colocação dos imigrantes que vieram posteriormente e que, saindo de Juiz de Fora se destinavam ao trabalho nas fazendas. Adiante daremos as razões que determinaram tais fatos.
O “Arauto de Minas” de 22/12/1888 registra que o movimento na Hospedaria foi de 755 imigrantes o que daria uma média diária de 34 pessoas nesse período.
(A Hospedaria, no Largo do Carmo) |
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