Hospedaria para imigrantes em Minas Gerais
Estado de Minas Gerais promoveu,
por meio da lei n. 32 de 18 de junho de 1892, a imigração de trabalhadores
agrícolas e industriais. Para tal, mantinha, sob responsabilidade do Secretário
de Agricultura, escritórios de imigração preparados para a propaganda do Estado
e para fornecer todas as informações que pudessem interessar ao imigrante.
Agentes nacionais e estrangeiros
eram encarregados de divulgar as vantagens que o imigrante poderia aqui
encontrar: as riquezas naturais, a amenidade do clima, a índole pacífica de
seus habitantes; além da concessão de alguns benefícios, como a indenização de
passagem, trânsito livres nas estradas de ferro, facilidade em adquirir terras
e auxílio na introdução de novas culturas.
Para facilitar a fiscalização
do recebimento no Estado e a definição do destino final dos imigrados, o Estado
fora dividido em 5 distritos: 1º distrito com sede em Juiz de fora; 2º distrito
com sede em Leopoldina; 3º distrito com sede em Saúde; 4º distrito com sede em
Varginha e 5º distrito com sede em Uberaba. As municipalidades criaram, então,
hospedarias para a recepção e agasalho dos imigrantes. O funcionamento era
regulado pelo governo que também auxiliava na manutenção dessas hospedarias.
O serviço de introdução de
imigrantes era fiscalizado pela Repartição de Terras e Colonização, (criada em
1891, era subordinada à Secretaria de Governo e posteriormente passou a ser
subordinada à Secretaria de Agricultura), por meio de emissários nos pontos de
partida e por agentes fiscais nas zonas de recebimento. No porto do Rio de
Janeiro, o governo mantinha um funcionário responsável por receber os
imigrantes e encaminhá-los para o Estado.
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(Foto da Hospedaria Horta Barbosa) |
A Hospedaria Horta
Barbosa existiu em Juiz de Fora, Minas Gerais, a partir de agosto de
1888, no bairro da Tapera, atual Santa Terezinha, e foi desativada na primeira
década do século XX. No local, hoje, encontra-se o 2º Batalhão de Polícia
Militar.
Esta hospedaria, a maior e mais
duradoura do Estado, funcionava como ponto de acolhida aos imigrantes que
chegavam de diversos portos, principalmente do Rio de Janeiro, com destino a
Minas Gerais. Os imigrantes que chegavam pelo porto do Rio de Janeiro, após
meses de viagem, eram recebidos na Hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores (veja aqui),
ou outras em outros Estados, e depois remanejados a seus destinos pelos
contratadores, apelidados de “gatos”. As hospedarias de imigrantes eram
estruturas especialmente criadas para receber estrangeiros recém-chegados ao
Brasil.
Localizar a Hospedaria na região
foi uma decisão estratégica: além de centro da mais importante área de cultura
de café de Minas Gerais, Juiz de Fora era ponto de entrada no Estado, já que
muito próxima do Rio de Janeiro, ao qual se ligava por rodovia (a estrada União
e Indústria) e ferrovia.
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(Livro de registro de entrada de imigrantes) |
A Hospedaria de imigrantes Horta
Barbosa de Juiz de Fora era destinada a receber, dar agasalho e alimentação por
até cinco dias, àqueles que haviam se transferido para o Estado e que, do ponto
de desembarque, não haviam sido dirigidos para outras hospedarias. Entre as
várias atribuições dos funcionários da hospedaria, cabia-lhes escriturar e ter
em dia o livro de matrícula dos imigrantes que ali chegavam: portugueses,
espanhóis e italianos, em grande maioria.
O prazo máximo de cinco dias
para permanência do imigrante muitas vezes se estendia, pois os estrangeiros
não raro passavam lá mais tempo, aguardando que fossem escolhidos para o trabalho.
Existem notícias que relatam a sujeira, promiscuidade, falta de medicamentos e
higiene, que transformava as levas de pessoas em autêntico carregamento de “gado”.
Nas hospedarias, os imigrantes
italianos eram visitados por fazendeiros que lhes ofereciam contratos de
trabalho. O contrato era estipulado de forma verbal sem nenhuma garantia de que
fosse integralmente cumprido conforme o combinado.
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(Sede do 2º Batalhão da PMMG) |
Os fazendeiros, acostumados com o
regime da escravidão, sem ter absorvido ainda a Lei Áurea - de abolição da
escravatura, que para muitos trouxe prejuízos - passavam em revista os
imigrantes que mais interessavam ao serviço da lavoura, da plantação do café e
para os serviços domésticos, como se estivessem ainda escolhendo escravos,
exigindo deles os mesmos requisitos das antigas compras de cativos.
A Hospedaria Horta Barbosa
funcionou em Juiz de Fora, Minas Gerais, de agosto de 1888 até a primeira
década do século XX. A localização da Hospedaria era estratégica. Além de ser
uma importante região de cultura de café em Minas Gerais, Juiz de Fora era
ponto de entrada no estado, pois era ligada ao Rio de Janeiro por rodovia e
ferrovia.
No acervo do Arquivo Público
Mineiro pode ser encontrado um significativo conjunto de documentos que
testemunham esse episódio da História Mineira. Entre esses, destacam-se alguns
dos códices que registram a entrada de imigrantes nas hospedarias mantidas pelo
governo estadual, em sua maioria registros da Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz
de Fora que inclui os imigrantes que foram para São João Del Rei.
Você pode realizar sua pesquisa acessando aqui: Arquivo Público Mineiro – APM.
Por favor, procuro por meu avô Antonio Salvatori
ResponderExcluirprocuro nome de meu bisavô Gerolano Pompei
ResponderExcluirmaria pompei com 5 anos
ResponderExcluirProcuro sobre família Zaparoli ( não tenho certeza se é esta a escrita certa) meu avô saiu de SP no início do século 20 e veio para Minas, teve que alterar nome por perseguição a italianos.
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